A mensagem e conclusão transmitida nesta última desclarações a agência Bloomberg é que as "economias africanas vão acelerar em 2017 e o pior da crise já passou".
Quem afirma é o presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, o qual considera que a narrativa 'África em Ascensão' mantém-se válida apesar do abrandamento económico e defende que o pior da crise económica já ficou para trás.
Numa entrevista concedida à agência de informação financeira Bloomberg, Adesina antecipou que as economias africanas devem acelerar o crescimento no próximo ano, alicerçadas nos investimentos em infraestruturas e nas tentativas de diversificação económica.
"Temos uma situação de ventos económicos contrários", disse, acrescentando que, "no entanto, as economias africanas são resilientes", e por isso diz que o pior já ficou para trás e antecipa para este ano um crescimento económico no continente à volta de 3,5%, acelerando para 3,7% no próximo ano e para 4,2% em 2018.
"Temos 19 países a crescer entre 3% e 5% e 21 países a crescer acima de 5%; Africa não está a cair aos bocados; a narrativa 'África em Ascensão' não está acabada", assegurou o responsável do banco.
O continente africano cresceu 3,6% no ano passado, o ritmo mais lento desde 2011, segundo esta instituição responsável por financiar projetos que desenvolvam economicamente o continente, afetado pela descida do preço das matérias-primas desde meados de 2014 e pela consequente desvalorização das suas moedas.
A Nigéria, a maior economia africana, deverá enfrentar uma recessão este ano, enquanto a África do Sul deve registar apenas um ligeiro crescimento, o mesmo acontecendo com Angola, a terceira maior economia do continente e o maior produtor de petróleo da região.
Países como a Etiópia, o Quénia e a Costa do Marfim, todos com crescimentos acima de 5%, podem dar ensinamentos aos restantes, defendeu o responsável.
"Em todos estes países, a estabilidade política desempenhou um papel crucial", disse Adesina, pormenorizando que "a maioria tem quantidades significativas de investimento direto estrangeiro e uma estabilidade macroeconómica muito forte".
Para além disso, concluiu, "também deram incentivos muito significativos ao setor privado para investir fortemente em infraestruturas, e estas são coisas que os outros países podem fazer.
Fonte: Lusa via Sapo notícias.
Créditos de imagem/foto: Bloomberg